domingo, 31 de outubro de 2010

Domingo

À secretária do quarto. A ver a chuva lá fora pelo lado esquerdo. E a espreitar a televisão pelo lado direito. Com o computador pela frente e algum trabalho também. O pijama é a farda. Aqui mesmo ao lado, enroscada em cima da cama, uma das minhas gatas. E com uma agradável "brisa" quentinha que o ventilador lança para fora. Será assim o meu domingo, até às 19h00.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

sem título

O assunto de falei há 2 posts abaixo continua a atormentar-me. "E se amanhã eu não estiver cá?" E "se amanhã se for embora alguém de quem eu goste muito?" são 2 das perguntas de me lembro todos os dias, várias vezes ao longo dos dias. Não tenho tido sucesso em abstrair-me disto. Mas tento. Às vezes consigo, outras não. Falei disto a algumas pessoas próximas de mim, porque preciso falar disto. É uma das maneiras que tenho para melhorar um pouco. Não percebo muito bem porque é que isto me atormenta há já largas semanas. Tenho pistas, mas não certezas. Compreendi hoje o que é estar sem forças e, mesmo assim, dar forças a quem está igual ou pior que nós. Como é difícil darmos força a alguém que gostamos, com a alma a chorar, e virando costas dar voz a esse chorar, sem a outra pessoa a quem demos força ver. É duro. Não há ninguém que me possa dizer que isto é apenas um pesadelo e que eu vou acordar dele. Que a morte não existe e que vamos todos viver felizes para sempre. Ninguém pode garantir que amanhã está cá para mais um dia. Eu tenho medo, do fundo do coração muito medo é o que tenho sentido nestas semanas. Tento ter forças para suportar esta "queda" e para me abstrair disto. Tenho-me aproximado de algumas das pessoas de que gosto. Em todas as simples conversas que tenho, ter sempre algo simpático para dizer e fazer. Usufruir de cada momento, de cada pessoa, de cada animal de estimação, de cada gesto, de cada tarefa, da chuva, do cheiro da terra, do ar, da vida. Quero tanto que esta tormenta passe...

Amanhã de manhã vou fazer uma das coisas que me dá verdadeiro prazer: as merendeiras dos Santos. Com 2 anos de interrupção, há 9 anos que tenho tentado cumprir a tradição. E amanhã farei o mesmo. Bem cedo, irei amassar à mão todos os ingredientes, com todo o meu carinho. E depois da tarde passada à beirinha do forno a lenha já tenho uma lista de algumas pessoas com quem irei partilhar esta tradição. Mais um esforço para regressar a alguma bonança. Durante a escrita deste post, uma das minhas gatitas, dorme no meu colo :)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Irrepreensível e vertiginosos

Há uns dias fui até Coimbra, entre outras coisas, ver o filme "Comer Orar Amar", do qual gostei bastante. Pelo meio do filme, alguém perguntava à protagonista - a grande Julia Roberts - qual era a sua palavra. E eu pus-me a pensar que tenho duas palavras que adoro particularmente:

Irrepreensível, porque a associo a uma pessoa para a qual se olha e que tem um aspecto jovial (não sendo necessariamente jovem), limpo, cuidadom, afável, elegante. Associo muito esta palavra às décadas de 50 - 70 em que julgo notar-se, pelo menos na filmografia, uma particular atenção sobre este aspecto irrepreensível das pessoas. E tenho também um pequeno testemunho do meu avô materno, que mesmo na casa dos 90, quando saía à rua, mesmo que numa mera ida ao médico ou ao supermercado, fazia questão de sair de casa irrepreensível, de colete, calcinha vincada, sapato irrepreensivelmente engraxado e cabelo irrepreensivelmente penteado. Gosto mesmo muito desta palavra.

Vertiginosos, também aprecio bastante este adjectivo, que se vê maioritariamente associado aos saltos altos. "Uns saltos altos vertiginosos". Também a associo a elegância e, consequentente, ou não, ao tal estado irrepreensível.

Mas, em suma, parece-me que a junção vertiginosamente irrepreensível me parece bastante bem conseguida. Tenho dito.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Morte

Há já vários dias que tenho tido um pensamento recorrente: a morte. A minha em particular. Há cerca de uma semana, esse pensamento apareceu de uma forma tão intensa, que se eu fechasse os olhos, parecia que estava a cair num buraco tão fundo e uma velocidade alucinante, de tão forte e triste que esse pensamento era. De facto, é um cliché, mas a morte é a única coisa certa que temos nesta nossa existência. Mas tenho-me sentido verdadeiramente triste quando penso que todos morreremos, que acaba tudo, que vão acabando as pessoas de quem gostamos e que nos fazem falta, que tanto poderemos morrer de uma forma tranquila (se é que isso existe), como na sequência de um acontecimento violento. Tenho feito um esforço grande para não pensar nisto muitas vezes e para, quando isso não é possível, levar o pensamento para uma zona positiva e humildemente acreditar que de facto não poderemos fazer nada para evitar a morte, mas poderemos fazer (ou tentar pelo menos, dia-a-dia) na nossa vida algo importante, cultivar as boas acções, os bons pensamentos e a melhor plenitude possível.

Mas não é fácil, não senhor...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Café

Já não fazia isto há mt tempo...

Quando ainda andava por Coimbra, de quando em vez, levava um pacotinho de capuccino e uma copo de plástico com tampa, daqueles do mac mesmo!, enchia com água quentinha e ficava a bebericar enquanto teclava a 100 à hora a partir das 7h00, às vezes 6h00. Bem, hoje, noutra terra, apeteceu-me fazer o mesmo. Em casa, pus uns pozinhos e café Mokambo (que saudades minha avó...) e mais uns quantos de açúcar. Meti-lhe água quentinha e rumei ao trabalho. E agora aqui estou eu :) confesso que a mistura já vai morna, mas sabe tão bem, com a chuvinha lá fora. São momentos assim que nos vão fazendo felizes :))