quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Morrer no Natal

Na impossibilidade de banir a morte, deveria, ao menos, haver uma lei que não deixasse morrer ninguém na época do Natal.

Esta noite, faleceu (mais) um colega dos bombeiros. Um rapaz julgo que à volta dos 30 e tal anos. Humilde, não extremamente sociável, mas simpático, simples e de bom coração. Coração que, fisicamente, lhe terá ditado a partida.

Julgo que tinha um irmão. Mas que tristeza assolará por hora a mãe deste rapaz, o Rui. Em noites que se pedem quentes e na antevéspera de mais uma Consoada.

A última vez que vi o Rui foi no Domingo de manhã. No 1º andar decorria a cerimónia sobre a qual falei no post abaixo. E eu saí mais cedo porque a minha tensão às vezes desce um bom bocado e, em especial quando estou num sítio fechado e parada, pode dar-me uma espécie de "amoke". De modo que desci e fiquei a apanhar ar. O Rui estava a falar com o padre, que minutos mais tarde iria abençoar as três novas viaturas dos BVA.

A penúltima vez que vi o Rui foi no dia 8, um feriado, na missa em que os BVA participaram. Ele estava ao meu lado na fileira e, de facto, a respiração nele estava tramada. Terá sido, também, ela que lhe ditou o fim.

E agora a conclusão neste tipo de posts (que infelizmente já fiz 3 vezes durante este ano que está quase a acabar): O tempo irá amainando não a dor, porque o Rui não era assim tão próximo de mim. Mas a tristeza deste tipo de notícias. De vidas que se vão quando ainda têm tanto para dar/usufruir. De gente nova que se vai antes do tempo. De gente humilde que, apesar de constrangimentos/dificuldades ainda consegue ir dando um pouco/muito de si aos outros. Fica em paz Rui, que Deus te guarde e te dê tudo aquilo que aqui em baixo não te puderam/souberam dar.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011



O diploma é semi-personalizado. Tem o meu nome, mas o conteúdo é igual a tantos que já foram passados e a mais que serão.
A medalha não é personalizada. É exactamente igual a tantas outras que foram mandadas fazer e a mais que serão.
Contudo, ambos têm um enormíssimo valor para mim. Apesar de já ir fazer em Abril próximo 6 anos, por questões burocráticas, recebi ontem, juntamente com mais 5 colegas, estes dois símbolos, de 5 anos de "estada" nas fileiras dos BVA, numa altura em que comemoram os 54 anos.

Já podia ter entrado há mais anos. Sempre gosteid e desafios e esta adrenalina que os BVA emanam. Podia ter entrado quando tirei o curso de primeiros socorros na Cruz Vermelha em Coimbra, em 1999. Mas não, "só" quando comecei a trabalhar entrei. Com 23 anos. Entrei para lá e para o andebol. Para preencher um tempo que tinha vazio e que agora tenho cheio. Cheio de emoções, de algum sacrifício, de trabalho, de dedicação. Cheio de um sentimento de felicidade por, a par com dezenas ed colegas e amigos, dar um pequeno contributo para a sociedade de que faço parte. Sei que ainda tenho muito a aprender e ainda me sinto insegura em muitas situações, mas o saldo e positivo. Espero continuar até que possa/consiga.

Dia 25 à noite lá estarei. E dia 30 à noite. E a passar o ano também. São os 3 serviços que farei em 2011.

Só peço saúde e capacidade para em 2012 e adiante fazer muitos mais. Um pequeno orgulho, de mim :)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

May or May not

"You may not love me like I love you,You may not care for me like I care for you But if you ever need me, I will always be around for you."

Apanhei há instantes este comment a uma fotó no FB. Parece-me que será de um qualquer filme da Haudrey Hepburn, não tenho a certeza, mas é bonito, e muito :)

Saudável

O telefone da camarata tocou esta madrugada, um pouco depois das 5h00. Primeiro indicações de um incêndio, depois de acidente. Acabou por não ser nada de "por aí além", tendo em conta os ingredientes: um camião cisterna de combustível (por acaso vazio), duas curvas perigosas, nevoeiro, enfim... O camião ficou meio torcido e na faixa de rodagem contrária. Fuga no depósito de combusível do próprio veículo. Mas o que me fez pensar um pouco mais foi no senhor, que deve ter p'raí uns 60 e tal anos. Digo deve porque, não sendo médica, julgo que não deverá ter mazelas por aí além, do que vi. Mas fixei os olhos calmos e ligeiramente assustados dele. Ali deitado na maca. As mãos cruzadas sobre o peito. A cabeça com um pouco de sangue porque tentou sair pela porta oposta, com medo de uma possível explosão ou incêndio. Medo. Uma palavra que impõe respeito, não é. Medo do que poderia ter acontecido, medo da morte, medo porque acabou bem algo cujos dados estavam todos na direcção para correr mal. Mas há que inverter a coisa e pensar (como aquele senhor deve ter pensado nos momentos todos que esteve sozinho, ainda sem ajuda, e depois quando já tinha apoio) no melhor. Que acabou tudo bem. Que lutamos dia-a-dia por nós  e pelos nossos e que por causa de uma gaita qualquer pode ir tudo por água abaixo, de uma só vez... Se calhar não é muito saudável pensar (eu) tanto sobre isto, mas ficou a bater um bocado. Mais logo já passa, digo eu...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Angel & Devil?!


À esquerda podemos ver umas botas para os BVA. Já há bastante tempo que as queria comprar e aproveitei a onda das cerimónias (uma das quais hoje) e bumbas, ja estão. Para o Inverno são de facto uma exclente opção. Lembro-me que hesitava um pouco em comprá-las porque pensava assim: "vou estar a gastar dinheiro e entrett saio dos bombs..." Mas não, cá continuo e continarei, assim tenha saúde. Já lá vão quase 6 anos. E espero virem muitos mais :)

&

À direita uns sapatos LINDOS que vi outro dia numa montra e aos quais não pude resistir. O vestido azul que vai assentar que nem gingas no outfit já está no meu armário há largos meses. Já o usei aliás num casamento. Estes sapatos assentam-lhe que nem uma luva. E com uma pochete dourada que tenho aqui, ficam perfeito, aposto. Assim surjam as ocasiões para envergar tais elementos.

Duas boas compras.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Brincar aos médicos???

Daqui vai um viva para a minha consulta de hoje com o médico de família:

Um médico que, adivinhou as cenas só através dos raio X. Nem sequer me examinou a coluna para ver exactamente de onde vem a dor.
"Deverá ser muscular" (há quase um, mês uau). O facto de ter escrito "indícios de esclerose" também é normal, segundo ele. E a dor não deverá provir daí. Quanto à dor, não sei, mas as pesquisas que fiz indicam que este tipo de doenças são maioriatariamente detectadas em jovens adultos.
Mais um comprimidozito, porque já são poucos os que tomo. E os conselhos que já ouvi (p isso não precisava de lá ter ido): desporto de manutenção, atenção aos esforços, etc.
Nem uma porca de uma credencial para um ortopedista, nem sequer uma prescrição para fisioterapia.

Alguns minutos depois, a 4ª vacina. E julgo que com a enfermeira é que acabei por ter um consulta decente.

Agora vou aguardar e pensar o que vou fazer. Piscina, água quente e conseguir a tal credencial, devem ser os próximos passos..

Adorei a minha consulta de hoje... Parece que andamos a brincar aos médicos...................

domingo, 4 de dezembro de 2011

SAP

Ontem, e depois de me ter lembrado de recorrer a um outro médico em modo caseiro, enquanto aguardo pela consulta com o médico de família - e tendo em conta as dores nas costas que nunca mais passam, foram-me receitadas umas injecções (que essas sim, já me deram algumas melhoras - ontem foi a primeira). Um pouco antes da hora de almoço, lá fui eu então ao Serviço de Atendimento Permanente aqui do sítio. Na sala de espera, alguns novos, alguns velhos. Passados uns minutos entra um senhor, e recordo que reparei, ou pensei eu ter reparado, num certo modo ligeiro e apressado como entrou. Como se fosse de encontro a alguma solução a modos que rápida e eficaz para o seu problema. Da sala de espera deu para reparar numa imensidão de aconecimentos. Um desmaio, uma dependência de insulina, não muito bem explicada (foi por isso que terá desmaiado momentaneamente), vários outros problemas de saúde, acompanhamento de um lar da zona de residência, que veio sozinho, a conduzir, desde casa (cerca de 8 Km). Mas sobretudo num problema maior: a solidão. A solidão em que vivem milhares de pessoas por esse mundo fora, por este Portugal e por este concelho onde vivo. Devido a uma das ocupações extra-laborais que tenho (BVA) já tive ocasião de ter uma observação "privilegiada" de alguns casos particulares. Da solidão em que vivem muitos idosos, do autêntico lixo em que as pessoas os transformam, depois de deixarem de ser úteis (para além da reforma que ganham e dos bens que possam deixar em herança), do autêntico lixo em que provavelmente se sentem, ou os fazem sentir. Da força que demonstram ou tentam desmontrar no exterior, quando fazem as suas comprinhas, quando vão à farmácia buscar os seu medicamentos, etc. Do frio que devem sentir na solidão da noite, na cama onde já deixaram de ter o seu marido ou a sua mulher. Enfim, não pode deixar de me comover ao pensar nestas coisas. Se cada um de nós, uma vez por outra, puder fazer sorrir uma pessoa mais velha, nem que seja com um simples surtido cuétara (igual aos 2 que tenho embrulhados dentro do carro para daqui a alguns dias entregar aos destinatários, antes da noite de Natal) o mudo será certamente um bocadinho melhor.