quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Morrer no Natal

Na impossibilidade de banir a morte, deveria, ao menos, haver uma lei que não deixasse morrer ninguém na época do Natal.

Esta noite, faleceu (mais) um colega dos bombeiros. Um rapaz julgo que à volta dos 30 e tal anos. Humilde, não extremamente sociável, mas simpático, simples e de bom coração. Coração que, fisicamente, lhe terá ditado a partida.

Julgo que tinha um irmão. Mas que tristeza assolará por hora a mãe deste rapaz, o Rui. Em noites que se pedem quentes e na antevéspera de mais uma Consoada.

A última vez que vi o Rui foi no Domingo de manhã. No 1º andar decorria a cerimónia sobre a qual falei no post abaixo. E eu saí mais cedo porque a minha tensão às vezes desce um bom bocado e, em especial quando estou num sítio fechado e parada, pode dar-me uma espécie de "amoke". De modo que desci e fiquei a apanhar ar. O Rui estava a falar com o padre, que minutos mais tarde iria abençoar as três novas viaturas dos BVA.

A penúltima vez que vi o Rui foi no dia 8, um feriado, na missa em que os BVA participaram. Ele estava ao meu lado na fileira e, de facto, a respiração nele estava tramada. Terá sido, também, ela que lhe ditou o fim.

E agora a conclusão neste tipo de posts (que infelizmente já fiz 3 vezes durante este ano que está quase a acabar): O tempo irá amainando não a dor, porque o Rui não era assim tão próximo de mim. Mas a tristeza deste tipo de notícias. De vidas que se vão quando ainda têm tanto para dar/usufruir. De gente nova que se vai antes do tempo. De gente humilde que, apesar de constrangimentos/dificuldades ainda consegue ir dando um pouco/muito de si aos outros. Fica em paz Rui, que Deus te guarde e te dê tudo aquilo que aqui em baixo não te puderam/souberam dar.

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