quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Doença inglória

Há alguns minutos, a notícia de uma pessoa relativamente próxima que sucumbiu ao cancro. Mais uma.
Relativamente próxima porque era um superior no contexto de uma das minhas actividades extra-profissionais, os BVA. Não era das pessoas mais próximas, talvez por ser mais velho. Mas recordarei sempre a simpatia, a humildade em ensinar técnicas, conhecimentos, saberes, o respeito que demonstrava, apesar de os mais novos, ao lado dele, não serem "nada". Estivemos de serviço "juntos" algumas vezes. Uma delas foi numa passagem de ano, julgo que 2009-2010, se não estou em erro. A notícia da doença que o tinha acometido surgiu já não sei quando. E com ela, o sentimento de pena, que julgo todos temos quando sabemos destas coisas. Fui ouvindo notícias da sua luta e cruzei-me com ele algumas vezes nas instalações dos BVA. Onde sempre ia voltando. Visivelmente frágil, como infelizmente é típico das pessoas que sofrem com esta doença. Com um sorriso ligeiramente mais envergonhado, pelo menos assim o via eu, mas sempre com o sorriso. Era uma pessoa da terra, que eu já conhecia de vista, antes de entrar para os BVA, em 2005. Felizmente nunca tive ninguém da família com esta doença. Espero e rezo para nunca ter. E para que eu própria nunca tenha. Já temos provas suficientemente evidentes que ela pode surgir em qualquer pessoas, não escolhendo idades, géneros, etc. Estas notícias são ainda mais tristes quando se sabem de manhã. Um dia a começar e uma vida que acabou. Espero que serenamente, apesar de tudo. Imaginamos se a alma da pessoa existe mesmo, queremos acreditar que sim, porque só essa esperança, mesmo que ténue, torna um pouco mais doce esta nossa efémera existência. Podendo ouvir ou não, aqui fica uma simbólica homenagem. Fique em paz, Pedro Caetano e obrigada pelos bocadinhos que nos deixou.

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