sexta-feira, 25 de junho de 2010

Miguel Sousa Tavares

"Ali estavas tu, então, tão nova que parecias irreal, tão feliz que era quase impossível de imaginar. Ali estavas tu, exactamente como te tinha conhecido. E o que era extraordinário é que, olhando-me, dei-me conta de que não tinhas mudado nada, nestes vinte anos: como nunca mais te vi, ficaste assim para sempre, com aquela idade, com... aquela felicidade, suspensa, eterna, desde o instante em que te apontei a minha Nikon e tu ficaste exposta, sem defesa, sem segredos, sem dissimulação alguma".

Confesso que este é um dos mais belos trechos que alguma vez li. É tão real e quase que aposto que foi escrito com a fotografia mesmo ali ao alcance da mão, quantas Nikon e outras que tais não tiraram outras tantas, por esse mundo fora? E quantas retinas não ficaram também com imagens destas para a eternidade...

1 comentário:

Sónia RM disse...

No teu deserto...