quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lucky Girl II

Já aqui fiz algumas reflexões sobre isto. Sobre o facto de, apesar de tudo, me sentir uma miúda cheia de sorte no que diz respeito ao trabalho. E não só, a bem ver. Mas cheia de sorte quanto à natureza do trabalho que faço actualmente. E ontem pus-me a pensar, mais uma vez, sobre isto. É que à noite fui a casa de um senhor que mora com as filhas, gravar uma conversa à lareira, a propósito de um documentário que estou a construir sobre o "Ciclo do Pão". São pessoas simples, trabalhadoras. A quem a vida não terá sorrido, porventura, em alguns campos. Mas que são de um brilho que nem sei se eles próprios sabem. Foi uma conversa agradável. Foram uns minutos (cerca de uma hora) muito enriquecedoras. Os repetidos "não repare que a casa é simples" e o esmero com que me colocaram à frente rissóis fritos na hora, pão, queijo, presunto e um copo de sumo ficar-me-ão eternamente no coração. Pode parecer algum comum, mas comovo-me com estas coisas. Com a gente da terra. Da minha terra. Com GENTE humilde, com gente cujas mãos e a cara espelham todo o bom e o menos bom que a vida lhes vai dando. Sou mesmo sortuda, minha nossa. Obrigada, a quem quer que me proporciona estes momentos, seja daqui de baixo ou de lá de cima.

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