sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Como me sinto?

Aproveito a deixa das perguntas patéticas que o FB "decidiu" ir tendo no mural de cada um, para divagar um pouco. Ontem, no suposto Dia dos Namorados, o mural de uma das rádios que oiço, ou melhor, de uma radialista, perguntava se era possível às pessoas solteiras serem felizes? Eu embalei a inspiração, iniciei com um "Eu, solteira me confesso" e terminei com uma frase solta que apanhei há tpos e que adoro: "O amor próprio é o início de um romance para a vida inteira".

 Fiquei a pensar neste assunto qb (que de resto me inunda a cabeça várias vezes), mas hj aconteceu algo ao meu redor que me fez voltar a pensar nisto, fez vir à tona todo um lençol de nostalgia e, pelo meio do trabalho e de outros afazeres, me fazem agora voltar a pensar e querer ficar bem enroladinha, em posição fetal de preferência, neste meu roupão quentinho e com o meu aquecedor de estimação a confortar-me o corpo e a alma.

Serão infelizess as pessoas cujo destino não pôs companheiras de alguém? Seão "menores" do que os outros? Terão algum tipo de deficiência, nomeadamente emocional, ou incapacidade da amar e de se dar? Deverão aproximar-se de alguém só porque sim? Só para ser igual aos outros?

Muitas outras perguntas poderia fazer a este respeito. E muitas respostas poderia dar. Avanço com algumas ideias.

Eu não sei explicar o que é o amor. Sei explicar o que eu quero/gostava/imagino que possa ser.
Um afago nas costas no final de um dia de trabalho.
Um passeio sem destino, por mais pequeno que seja.
Uma sintonia para falar de tudo, seja uma piada totó ou uma resolução das mais sérias que pode haver.
Um sorriso maroto.
Uma mensagem ou uma chamada telefónica para dizer nada, mas que significa: "caminhamos juntos".

Respostas de criança? Não, respostas de uma mulher adulta, eu. A quem a vida, o destino ou seja lá o que fo (ainda) não proporcionou isto, pelo menos de modo contínuo. Confesso que me entusiasmo algumas vezes com algumas pessoas por quem, por algum motivo, sinto algum tipo de curiosidade ou afinidade. Por norma caem sempre em saco roto. De modo que, acho que não fujo à verdade, se disser que deixar de procurar o amor.

É algo difícil de explicar e, porventura, mais difícil ainda de perceber. Em suma, trata-se de uma bola de neve que, ao longo dos anos, foi criando uma carapaça. Cá dentro só entra quem eu quero, quem eu deixo. E do mesmo modo só sai quem eu quero de saia.

Pois bem, deve soar estranho, mas "Como me sinto?". Acho que me vou esforçando por sentir feliz nsa minha infelicidade. Ou melhor, consigo encontrar dentro de mim, porque eu sou mesmo a melhor e mais fiel amiga que tenho, diversos momentos de felicidade. E são muitos :)

Imagino um futuro emocionalmente não muito risonho e com uma solidão crescente e que, com o avançar da idade, me irá espicaçar a alma. Talvez seja um pouco forte e egoista, mas desassossega ver bebés, ver alguns sorrisos, ver grávidas à minha volta. Por esta altura, também era uma fase em que gostaria muito de estar a passar. Tenho trabalho, ocupações, vivo numa vila cinco estrelas, mas costuma dizer-se que "nunca estamos felizes com aquilo que temos", não é?

Amanhã, a rondar as 7h00, um dos meus momentos felizes do dia, vai ser um galão e um misto quentinho antes de começar a teclar, tarefa que se irá prolongar pela manhã. Espero estar mais reconfortada, se me conseguir reconfortar, e na inexistência de alguém que me reconforte. Demasiado complexo? Ora, aí uma bela palavra para responder à pergunta facebookiana: Sinto-me... complexa...

Isto mexeu e remexeu cá dentro hoje. E vai ficar a remexer mais um pouco. Amanhã será outro dia. E na 4ª há psicóloga... Escrevo quase na posição horizontal e é nela que me vou manter, esperando adormecer e, quem sabe, entrar por uma noite num sonho bonito...

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