terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Only Time



A esta hora, não estivesse eu em fase relativamente preguiçosa, estaria na aula de hidroginástica das terças-feiras. Ainda estive até ao limite a ver se ia, mas depois não me apateceu, definitivamente. Nem é tanto pelo frio, é pela moleza. Enfim...

Entrett, estive a acabar de fazer uma sopinha de legumes, que fumega neste instante aqui ao meu lado. Mais uns minutos e, já morninha, irei provar o pitéu. Sem falsas modéstias, eu "levo jeito" ;)

Depois de dar a última mexidela, dei uns passos até ao pé do meu pai na cozinha ao lado, a acender a lareira. Umas perguntas sobre as pinturas da cozinha (umas das divisões recentemente tomadas por um incêndio doméstico, felizmente sem estragos maiores do que umas boas limpezas e outras tantas doses de paciência lol). E tb para lhe perguntar qd precisava de ajuda para concertar o telhado do barracão (parcialmente partido após o temporal de dia 19). "Quando estiver o tempo melhor". Ao que contrapus: "Não vás para lá mexer naquilo sozinho", a que se seguiu um pachorrento "'tá bem".

E nestes breves instantes, pensei: não me lembro de algum dia ter dado um abraço ao meu pai. Devia dar-lho um dia destes. Imaginar esse acto, enche-me de amor. Porque é, na verdade, amor que sinto por ele. E pela minha mãe. Talvez o complexo de Édipo me faça julgar mais próxima do meu progenitor do que da progenitora. Julgo que isso é verdade, sem fazer decrescer o amor que sinto por qq um deles.

Aqui por estas bandas, sempre houve entraves comunicacionais, de modo que eu sinto x mas nunca falo disso. E outros podem sentir x ao quadrado mas tb não o dizem. É triste, porque tudo seria tão mais fácil falando. Diariamente vemos notícias tão tristes, umas mais perto (como o acidente aqui quase às portas de casa) outras mais longe (como no Brasil).

Não sei se algum dia lhes direi Espero ter essa coragem/humildade e outros subtantivos que tais. Espero que o saibam. Misturado com o meu trabalho, as minhas 1001 outras ocupações, as minhas preocupações, os meus traumas, os meus desejos, os meus projectos, os meus pais são as pessoas a quem eu quero mais bem nesta vida. Apesar de existirem estes muros entre nós, que nenhum dos lados se atreve a quebrar, nunca lhes irei faltar, quando eles precisarem de apoio, de companhia, de uma mão.

Se forem eles a partir primeiro do que eu, não vou ter coragem de os encarar quando o seu sangue não mais correr. De certeza que irei fugir para bem longe daqui. No meu íntimo, esse dia é aquele que eu mais temo, julgo que até mais do o "meu dia".

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