Ao país cheio de gente para acudir ao mínimo fogo nas suas terras,
sucede-se o país sem gente que faça a gestão e que acorra ao mínimo sinal de
alerta.
Pretender resolver os problemas contemporâneos com
soluções anacrónicas (corpos de bombeiros voluntários formados a partir de
comunidades cheias de ausentes), sem entender que a complexidade do problema
exige mais conhecimento, estratégia e informação e que, ao mesmo tempo, as
comunidades que mais directamente sentem o problema estão depauperadas de
braços, conhecimento e capacidade, não parece grande ideia.
E, no entanto, a fortíssima teia de laços entre
poder local, corpos de bombeiros e estruturas partidárias locais tem impedido a
destruição criativa das estruturas anacrónicas que permita abrir o espaço para
as soluções contemporâneas.
E a raiz dessa força é fácil de identificar: os
fluxos financeiros do Estado central, mal escrutinados e mal avaliados pela
convicção generalizada de que o dinheiro que entra nas corporações de bombeiros
é, por definição, dinheiro abençoado usado para proteger o bem comum.
Raciocínio
completo aqui.