Merda

Em português ou em inglês. Duas palavras que definem o sentimento que me vem assolando desde a hora de almoço. Merda merda merda mil vezes merda para isto tudo.

Há alguns minutos bloquei uma amizade no FB. Se a minha melhor amiga deixou de me falar pouco tempo depois de ter tudo o primeiro filho (está com 10 meses), só porque porque eu não lhe liguei nos primeiros dias e ela considerou esse facto uma falta de atenção da minha parte. Quando, na verdade, foi a minha reacção de lhe dar espaço nesta nova fase da vida. Reacção igual tive com outra amiga que reagiu como as pessoas normais e adultas, ou seja, quando a vida de recém-mamã acalmou um pouco, voltámos a falar como normalmente. É assim que deve funcionar, não é? Não me parece assim tão difícil... Mas enfim, se ELA estrangou uma amizade com mais de 20 anos, se não me disse nada nos anos, se veio à vila (agora mora no Sul) na Páscoa e não soube dizer nada, não faz sentido mantermos amizade virtual, pois não????? Mas serei eu a estar senil????? FODASSS

Depois, ao almoço. Não há tv em casa. Isto há 5 dias e ninguém se chega à frente p arranjar a situação e fazer com que as refeições se tornem um momento menos doloroso do que são, com as actual falta de laços que existe... Chega ao trabalho, mensagem da progenitora, com algo do género: Chamei a atenção do teu progenitor. Estou contigo. Bjs ????????????????????????? Mas estamos no jardim-de-infância OR WHAT????? Será que uma pessoa com mais de 50 anos não percebe o inferno de vida interior que tenho??? O sofrimento que calo em mim todos os dias? O défice de relacionamento interpessoal que tenho? Não percebem que, se precisarem de ajudam, estarei aqui. Mas que na verdade o que quero é tão somente isto: ser feliz, sozinha, como SEMPRE estive. ou melhor comigo (como dizia no livro da Rita Ferro). Ter a minha casa, não estar prestes a chegar aos 40 e viver literalmente à custa dos pais, fazendo da "minha" casa uma pensão. Começo a pensar que, de facto, se não tiver apoio, terei de remapear o meu viver para cumprir os meus objectivos. Para ter a minha casa, o meu ninho, a minha paz. Isto é de doidos............

Solidariedade

Cruzei-me neste instante com dados/números de uma recolha de bens alimentares que houve recentemente aqui no meu Concelho e a reflexão que vou fazer de seguida segue independentemente do gesto solidário das pessoas que contribuíram com os produtos em questão.

Patê, vinagre, pacote de sopa, compota/chocolate pão, pudim, chá, doces diversos, sumos e tostas. Honestamente e puxando da minha relativa experiência em iniciativas de solidariedade (em algumas entidades) e também à participação que faço questão de ir fazendo (nesta em particular, por exemplo, oferencendo simbolicamente uma barra de leite), parece-me... profundamente incrongruente a inclusão deste tipo de produtos. A solidariedade tem a ver com valores e, neste caso, com produtos ESSENCIAIS. Chá, temos a sorte de ter diversas plantas que o dão (hortelã, larajeiras, limoeiros, camomila, cidreira, etc - basta abrir a pestana), vinagre?? podemos fazê-lo do vinho que nesta zona muita gente tem em casa, ou apanhar limões que muita gente deixa ao "desprezo" nos quintais, patê???? tostas??????? (metam pãozinho no forno que ficam com umas quantas), pudins????? doces... diversos??????? sumos???? serão mesmo estes bens essenciais.

Volto a frizar que esta reflexão é mesmo independente do carácter solidário das pessoas que deram estes produtos. Deram e fixeram muito bem. Mas honestamemte, parece-me uma enorme contradição....

LX - Parte I

Ora bem, o saldo do passado fim-de-semana não podia ser melhor. Apesar de um pouco cansativo na recta final, foi verdadeiramente refrescante ter 2 dias (1 e meio vá) diferentes do habitual, fora do quentinho da nossa zona de conforto, mas dentro de um outro tipo de calor. Aquele de que a nossa pessoa, no caso a minha, é feito :)

Em termos monetários, foi a primeira viagem que fiz como adulta verdadeiramente independente. Em que podia ter entrado num qq restaurante e comido o que me desse na real gana, em que podia ter entrado em mais lojas do que entrei e gasto mais dinheiro do que gastei. Não estou a querer chamar a atenção para o materialismo, não senhor. Apenas a  referir que esta componente de estabilidade foi também importante para mim.

Às vezes, pensamos que por ser pouco tempo "não vale a pena" ir aqui ou acolá... Mas SE VALE!!
e como valeu.

A minha máquina fz o favor de se desligar apenas 4 fotós depois lol, mas terei alguma reportagem de fotó alheia mais adiante :)

Mas enfim, valeu a pena ter entrado no 1º hotel por engano, ter mostrado uma apetência para atrair informações de estrangeiros, ter andado 4 paragens de eléctrico à pala (podiam ter sido mais, mas o fiscal entrou de rompante por uma porta e nós saímos por outra!!), o concerto dos Il Divo, o Mac comido nos jardins de Belém, as 2 viagens de comboio, a estadia na Bertrand da Baixa, o pequeno-almoço n'A Brasileira, a exposição do Pessoa, a estadia XS no hotel. Enfim, valeu valeu valeu.

Quero repetir em breve e mais vezes, se possível. Porque a vida é mesmo só uma e há que vivê-la :)

Francisco Moita Flores

"A fotografia de Paulo Portas emocionado, assistindo à comovente homenagem realizada pela Assembleia da República a seu irmão Miguel, encheu as notícias de sexta-feira. Sei como sofre. Conheço os dois e a profunda amizade que os unia. Para Paulo, a perda de Miguel é um golpe arrasador. Assim como para a mãe de ambos, Helena Sacadura Cabral, de quem sou amigo e bem sei do enlevo com que falava deles."


Tb me comoveu esta imagem de que fala o Francisco Moita Flores em artigo de opinião no CM de hoje. Como me comovem a maior parte das palavras que escreve, quase sempre transbordantes de bom-senso, de mel, de rectidão.

LX

Em Dezembro último comprei 2 bilhetes para o concerto que os Il Divo dão amanhã  (e novamente no Domingo) no Pavilhão Atlântico. A ideia inicial era oferecê-los à minha mãe no Natal. Acabei por comprar-lhe outra coisa e como, nos últimos tempos, esta companhia "não faz muito sentido", fiz outros planos.

De modo que amanhã de manhã lá irei eu para Lisboa, com a amiga Mónica, passar um fim-de-semana diferente. Estar mais um dia e meio longe do pc é uma verdadeira aventura. Desligar-me vai ser palavra de ordem. Para começar, o hotel já está reservado :)

Mas o descanso começa dentro de momentos.

O plano de trabalhos é este: Ir à biblioteca imprimir uma pequena ordem de trabalhos/locais a visitar e etc, para nos organizarmos durante a viagem :) Trazer o filme "Sexo e a Cidade" (não por ter a ver com o plano lol mas só porque me apeteceu rever há dias, por isso acho que vou vê-lo à noite! Às 17h00 vou pôr o cabelum como deve ser. Às 18h00 vou ao treino de andebol e às 20h00 acho que vou faltar à futebolada semanal. Depois ver o filme a arrumar a trouxa.

Às 9h15 estarei no Marquinho. Apanharemos o comboi por volta das 10h20. Deveremos chegar ao Oriente a rondar as 12h00, de modo que é a hora ideial para almoçar por lá, sem muito stresse. Depois deveremos ir fazer o check in. Planeio ver a exposição do Fernando Pessoa, que está na Gulbenkian depois disso. Jantar ao final de tarde e o concerto arranca a rondar as 20h30.

Na manhã de Domingo, gostava de ir dar um giro à Baixa da capital, nomeadamente espreitar os Armazéns do Chiado (onde nunca fui).

Pelo meio mais algumas curiosidades, que ainda vamos ver se conseguimos concretizar: Feira do Livro no Parque Eduardo VII, uma exposição de fotojornalismo no Museu da Electricidade, El Corte Inglès (já me disseram que me vai desiludir, mas já que vejo a publicidade quase todos os dias, tenho curiosidade para ver como é). Talvez Belém e uns pastelinhos. E vi aqui há pouco na Net um negócios de uns amigos que abriu há pouco no Centro Comercial Campo Pequeno: iogurteira de bairro. Se andarmos por essa zona, vamos espreitar tb.

Ainda tinha anotado o LX Factory, sobre o qual tb tenho alguma curiosidade, mas é o único local que é um pouco mais "deslocado".

Já vi que vai estar a chover, mas julgo que nada por aí além, que estregue os planos.

É grande o entusiasmo por descansar, ver coisas/gente diferente, abrir um pouco os horizontes para além da tela do pc/tv, experimentar uma ou outra sensação/actividade nova, enfim. Vamos lá!

Agora, hora de imprimir as dicas! O regresso previsto é a meio da tarde de Domingo, de volta para o pc.

Aprender a guiar!

Na sequência do post abaixo, aqui estão os bonecos que adquiri ontem. Eu bem disse que vai ser preciso tirar um curso superior para andar nisto.... Quando me decidir a usá-los. E quando tiver ocasião para tal. São tão altos quanto bonitos :) Mas aguentá-los muito tempo não vai ser fácil...

Reflexões do 25 de Abril (q n têm nada a ver com o 25 de Abril!)

Tirando a recta final (visto que tive cerca de 2h00 de trabalho que acabei há minutos e que estou de serv esta noite nos BVA) foi um feriado 5***


Primeiro luxo: desligar o despertador e o tlm :)
Segundo luxo: tomar o piqueno-almoço no tasquinho do costume (um pão a sair do forno e um "galãozão") e só começar a chover depois de regressar a casa

Entret tinha planeado ir a Cbra again. O plano inicial era ver somente O Exótico Hotel Marigold, mas o plano acabou por sair muito melhor.

Fui ao shopping nº 1 almoçar nas calmas e experimentar um tasco para o qual já tinha olhado várias vezes, mas no qual nunca tinha entrado, o h3. Um hamburguer com molho de tomate, mais um arroz espectacular, uma salada com molho vinagrete e um chá verde gelado. Epá: maravilhoso! Adorei e vou voltar mais vezes!!

Uma visita rápida a 2 lojas, incluindo a Casa (que pecado entrar ali! coisas tão lindas! A aquisição que destaco é uma caixinha simples, p ver se torno a minha bijutaria menos caótica espalhada ao calha no quarto...)

Depois fui ao shopping nº 2. Tinha pensado em desistir do tuga Assim, Assim e ficar-me só no Hotel Marigold (o tal que perdi, apesar de ter comprado bilhete, por ter confundido as horas...). Estava a comprar o bilhete e vi que o Sean Penn já estava (esclareci com o moçoilo que, quando é feriado à quarta, as estreias de 5ª são antecipadas. Teve de ser. Bilhete nº 2 comprado.

Quanto ao Hotel Marigold é um típico filme inglês, do qual sou fã. Faz pensar, faz sim senhora. Gostei bastante e recomendo

No intervalo, um lanchinho janota. E uma entrada em mais 2 lojecas. Uma das aquisições foi um par de sapatos parecidos com os que constam acima. Não são bem iguais porque não encontrei, mas são parecidos, mais assimétricos e mais bonitos! Depois de os experimentei, duas conclusões: continuo a, de quando em vez, comprar sapatos que não sei quando usarei e vou precisar de tirar um curso para andar em cima daquilo!! Mas que são lindos, lá isso não haja dúvida!!

Filme nº 2: Grande o Sean Penn em mais este filme!! Que transfiguração, que tiques fantásticos. Que gloriosa aquele aparecimento mesmo na recta final tal como ele é. Que imagem aquela do velhote nu, no gelo. Tb faz pensar. E fez rir. E pensar outra vez. E adorar o sotaque irlandês! Muito bom, tb recomendo!

Já agora, mais uma reflexão: Eu ainda sou do tempo de não haver Dolce Vita nem Fórum em Coimbra. Talvez por isso, quando entro num ou noutro, às vezes dou comigo a pensar: se estes sítios não existissem, onde estariam todas estas pessoas que aqui estão?? Tirando o carácter desenfreado dos actos consumistas que ali se praticam (alguns dos quais por mim RRRssss) constato o seguinte: se estes locais não existissem, haveria por aí muito mais solidão do que a imensa solidão que já existe. Nem que seja apenas por lá entrar, ver pessoas, ver cores, olhar as montras, dar meia volta e voltar a sair (julgo que só uma vez, mas já o fiz), ainda bem que os há.

(mas não era preciso tantos....).

Cineminha

Ora bem: às vezes consultamos as sessões de cinema e não há nada de jeito. Outras vezes, há Vários que nos despertam a atenção.

No passado sábado, aproveitei a folga de tinha planeada uma sessão dupla. Vi o "Capitães da Areia" (que não achei assim nada por aí além, valha a verdade... mas gosto de cinema brasileiro de vez em quando!) e previa ver o Hotel Marogold, só que confundi-me com as horas e bumbas, falhei.

Ora amanhã conto aproveitar o feriado e vou insistir no Hotel (16h50 16h50 16h50!!). Apesar de gostar de cinema português e de querer ver o Assim Assim a minha escolha ia direitinha para "Este é o meu lugar". É que antes dos Capitães vi a apresentação e, pelo pouco que vi, acho que o Sean Penn faz umas das melhores interpretações de sempre. Fiquei com uma vontade enorme de ver, mas só estreia na quinta, pelo que vai ficar em stanbye. 

"Portantos", amanhã, se não houver nada em contrário, os filmes da esquerda e da direita, pela mesma ordem!, são os eleitos para a sessão dupla, desta vez a valer :) O lanchinho na Vasco da Gama tem de ser mais rápido :)

Irregular Choice

Os sapatos foram um dos temas de conversa ao almoço de hoje. Estes podem encontrar-se aqui e são lindos como o caneco! Pena que só têm disponível o nº 40. Estava lançada para encomendar online :(

Dizer que são lindos é pouco :)

Auto-retrato

Hoje vim assim. Uns pintalganços a rondar as 7h00 até que nem ficaram mau de todo... Depois, a meio da manhã, o intervalo da praxe foi captado em vários momentos egocêntricos! Um dos mais engraçados consta agora aqui :)

Muito bom

"Sorria, brinque, chore, beije, morra de amor, sinta, sonhe, grite e, acima de tudo, viva. O fim nem sempre é o final. A vida nem sempre é real. O passado nem sempre passou. O presente nem sempre ficou e o hoje nem sempre é agora. Tudo o que vai, volta. E se voltar é porque é feito de amor".

Reynaldo Gianecchini

I wanna know you

Às vezes, aqui no meu recanto e, em especial, quando descubro boas músicas e posso trabalhar ao mesmo tempo que as oiço, na solidão dos meus auscultadores, sinto mesmo essa solidão. Chiça... Às vezes penso que adoro a minha liberdade e, meu Deus, como a prezo e como agradeço por toda a sorte que tenho tido, muito por força de esforço diário, sem dúvida, e quem sabe de uma ou outra ajuda dos Céus.

Mas outras vezes, bolas, queria tanto conhecer alguém interessante, com quem pudesse partilhar e de quem pudesse receber os pensamentos, os desabafos, a vida.

À partida vou mudar radicalmente de assunto, mas na verdade não: Os meus 4 gatitos pequenitos têm estado no meu quarto, mas como já estão na fase da brincadeira, deixo-os agora na cozinha, onde todos podem apreciá-los. Ao almoço, e como da minha parte já não há quase interacção nenhuma, o ponto de atracção dos meus pais, foram exactamente os gatos. Riram-se com as tropelias deles. E eu pensava: De facto, eu devo ter mesmo um problema muito sério. Podia ter tido a capacidade, o encaminhamento para estarem agora, neste momento, a usufruir de netos, mas não... Capacidade talvez seja uma palavra muito forte, mas enfim, é umj desabafo.

Só sei que, de quando em vez, bem penso nos números que tenho guardados no meu tlm, be, olho p os contactos do FB, bem vou regressando à minha querida Coimbra, na esperança da minha vida se cruzar com outra vida que, como eu, bem lá no fundo, procure... uma existência repleta de paz e amor...

Tarde superada

A primeira vez que desenhei a minha agenda para a tarde de hoje, parecia uma tarefa impossível. Mas com esforço, tudo se fez. Entre uma inauguração à hora x, uma estadia forçada dentro do carro ao pc, para envios importantes, com a ingestão de uma pêra pelo meio e uma pala extra para tapar o Sol. E ainda uma outra inauguração ao final da tarde. Mais o regresso ao local fixo de trabalho, para mais actualizações e guardar correctamente o material recolhido. Resultado: uma dor de cabeça a despontar há uns minutos. Mas satisfação por mais estas tarefas cumpridas.

Continuo a fazer agradecimentos diários pela sorte que tenho. De adorar os meus trabalhos, de ter capacidade e saúde para trabalhar e de ir conseguindo orientar maioritariamente com tanta, mas tanta coisa ao mesmo tempo.

Quase que volto a rastejar até casa, onde me espera a sopa gostosa que fiz ontem e mais uns episódios de Friends. Um ou dois, é até adormecer..

Obrigada, obrigada, obrigada.

Perfume

Não, não vou falar da banda de música :)

Esta manhã tomei banho com um gel duche com leite e mel. Depois de uma manhã de Domingo calma e de uma tarde um pouco atarefada, vesti há pouco uma camisola interior quase acaba de tirar do arame. Apesar de já me apetecer, e como, estar a postos para dormir, ainda tenho aqui uma horita (ou mais) de trabalho ao pc.... Eis que, de repente, e impulsionado pelo aquecedor que tenho ligado aqui à minha direita, sinto um aroma diferente. Esta mistura de gel de banho, de roupa lavada e dos locais por onde passei hoje, fizeram subir-me ao nariz um perfume igual ao teu. Um perfume doce, como doces e efémeras foram aquelas duas semanas de Julho. O teu cheiro, bolas. E com ele, as recordações vêm todas não à lembrança, porque da lembrança ainda não as consegui tirar, mas vêm a modos que quase a sair pelos olhos, pela boca. As lembranças com as quais me ocupei no caminho de regresso de mais um jogo de andebol (desta vez na Batalha) e as mesmas lembranças que me acompanham todos os dias. E sempre a mesma pergunta: Porque raio é que o universo não conspirou para que, hoje, pudéssemos ser um só?

Intitulável

A morte é, para mim, o mais insondável e profundo mistério da vida. O que acontece aos que vão, o sofrimento íntimo dos que lhes são mais chegados, a comoção inerente a todo o ritual (que, também na minha opinião, no caso do Cristianismo, são imensamente dolorosos).

Hoje foi a sepultar mais um camarada dos BV. Na casa dos 50 anos. Algo repentino, que pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer lugar.

O som choroso da sirene é... de arrepiar a alma. Num espaço de... 5 meses talvez, é o terceiro. A proximidade não era mais que muita, mas era um camarada, que sempre sorria quando apertávamos a mão.

Deixa dois filhos, rapazes já criados, ou melhor, na recta final da criação. E uma mulher, que caminhava amparada por mãos amigas, de cabeça erguida, mas com um olhar de bradar aos céus.

Minha nossa, isto toca-me mesmo fundo. E está muito fresco. Por isso mais sentimental. Um desabafo virtual, necessário.

É um chavão, mas... tentemos nós que por cá ficamos valorizar a vida, valorizar as pessoas e sermos felizes, fazendo felizes os outros.

Bela Flor

Faz hoje um ano, tinha comprado o mais recente da Maria Gadú há poucos dias. E foi neste mesmo dia que aconteceu uma tragédia, e que se foi uma miúda catita, de sorriso contagiante.

Escrevi aqui na altura que era mais nova do que eu e de que eu não tinha uma afinidade propriamente dita com ela. Convivíamos apenas no contexto de uma actividade extra-laboral para ambas.

E foi nessa madrugada que, por causa de um acidente estúpido, de alguém ainda mais estúpido e irresponsável, que ela, a Joana, deixou todos os que a amavam. Dias depois um outro moço do grupo de amigos, viria a falecer também, devido ao mesmo acidente. Mais uma 3ª pessoa em estado grave (que recuperou) e mais uns feridos ligeiros. Um dia trágico.

Sempre que oiço esta música, e outras da Maria Gadú, lembro-me dessa semana horribilis. Continuo a gostar da música, apesar de ela ter marcado uma realidade difícil de aceitar. Às vezes ainda me dou a abanar a cabeça, pensando ter-se tratado de um sonho infeliz. Há uns meses, cheguei a passar no cemitério, anónima, e deixei umas flores brancas. Não tenho a certeza se era a campa dela, porque na cerimónia, fiquei um pouco afastada e ainda não havia identificação. Deixei numa que tinha algo que me fez ter a certeza quase absoluta de que se tratava do mesmo local. Tinha um coração vermelho "desenhado" com umas pedrinhas.

O coração da irmã mais nova dela, que é um amor de miúda;
O coração da mãe, cuja imagem magra e destroçada não mais me saiu da cabeça;
O coração do pai, que possivelmente tentará ser um muro de força exterior, mas cujo interior se fez em cacos.

De certeza que a Joana olhará por eles, nesta altura.

Os Descendentes

Hoje à tarde fui ao cinema. Aqui na vila, já não ia há algum tempo. Nomeadamente por falta dele, do tempo... O bilhete custrou-me 1,75 euros (com um desconto x incluído). Soube bem a meia borla, nesta tarde calma de Domingo.

Apesar de o filme ter sido bastante falado, especialmente na altura dos Óscares, não achei a história por aí além. Ainda assim dois pormenores a assinalar:

1- Na recta inicial do filme, o grelo do George, na história um homem muito bem na vida, pela profissão e por heranças, diz que o pai dele lhe havia dito a certa altura: Devemos dar aos filhos tudo para que possam fazer alguma coisa, mas não tudo para que não tenham de fazer nada. Muito, muito bem visto e dito.

2- Apesar de, na minha opinião, não ser uma história por aí além, gostei de sair da sala, a passo lento, e de demorar uns quantos minutos a sair totalmente da história.

1984

Esta música já tens uns poucos anos, quase tantos quanto eu. Comecei a ouvi-la na penúltima novela da SIC. Adorei-a desde o início. Às vezes, tenho a impressão de que vivi noutro tempo.