segunda-feira, 9 de abril de 2012
Bela Flor
Faz hoje um ano, tinha comprado o mais recente da Maria Gadú há poucos dias. E foi neste mesmo dia que aconteceu uma tragédia, e que se foi uma miúda catita, de sorriso contagiante.
Escrevi aqui na altura que era mais nova do que eu e de que eu não tinha uma afinidade propriamente dita com ela. Convivíamos apenas no contexto de uma actividade extra-laboral para ambas.
E foi nessa madrugada que, por causa de um acidente estúpido, de alguém ainda mais estúpido e irresponsável, que ela, a Joana, deixou todos os que a amavam. Dias depois um outro moço do grupo de amigos, viria a falecer também, devido ao mesmo acidente. Mais uma 3ª pessoa em estado grave (que recuperou) e mais uns feridos ligeiros. Um dia trágico.
Sempre que oiço esta música, e outras da Maria Gadú, lembro-me dessa semana horribilis. Continuo a gostar da música, apesar de ela ter marcado uma realidade difícil de aceitar. Às vezes ainda me dou a abanar a cabeça, pensando ter-se tratado de um sonho infeliz. Há uns meses, cheguei a passar no cemitério, anónima, e deixei umas flores brancas. Não tenho a certeza se era a campa dela, porque na cerimónia, fiquei um pouco afastada e ainda não havia identificação. Deixei numa que tinha algo que me fez ter a certeza quase absoluta de que se tratava do mesmo local. Tinha um coração vermelho "desenhado" com umas pedrinhas.
O coração da irmã mais nova dela, que é um amor de miúda;
O coração da mãe, cuja imagem magra e destroçada não mais me saiu da cabeça;
O coração do pai, que possivelmente tentará ser um muro de força exterior, mas cujo interior se fez em cacos.
De certeza que a Joana olhará por eles, nesta altura.
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