sexta-feira, 30 de junho de 2017

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Ela (Língua Franca)



"Solidão como karma
E a música de companheira"

terça-feira, 27 de junho de 2017

Quase, quase


A casualidade da escolha deste destino, há largas semanas, foi a mesma do avistamento de tão gira "expressão adjectival", ontem. Espero que seja um bom prenúncio :)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Vagares


Cada vez mais, gosto de coisas vagarosas. De reduzir para 3ª, de falar mais baixo, de falar menos, de fechar a janela sobre o mundo e de abrir mais os olhos para ele. Talvez seja da idade. Talvez da voracidade do Mundo. Talvez por ambos os motivos e por outros tantos.

A propósito, as rubricas "Fio da Meada" e "Sinais", emitidas respectivamente na Antena 1 e na TSF, são duas das coisas mais bonitas que tenho ouvido nos últimos tempos. Autêntica poesia radiofónica. Poesia que é bonita na forma como se diz e em todo o conteúdo que têm dentro. A de hoje, no primeiro caso, soou-me "especialmente especial", passo a redundância. Por falar nos incêndios, um tema tão tristemente actual (que, esperamos quase todos, não morra para só renascer no próximo ano...), por falar de uma terra mesmo aqui ao lado e por falar da infância e de memórias comuns.

Por opção própria, tenho a felicidade de continuar a viver na terra que me viu nascer. Por, agora com pés de mulher, percorrer as mesmas ruas por onde andava em menina. Por ir ao mesmo cabeleireiro onde, em criança, entrava sozinha com um papel na mão, onde estava escrito que era para me cortarem o cabelo. Por entrar em algumas lojas que existiam há 20, 25 e 30 anos. Por sentir a mesma brisa, por acariciar os "mesmos" gatos e cães. Por tirar as ervas da mesma terra.

A Alexandra Lucas Coelho nunca mais lá voltou. Eu fui voltando sempre. E, desde há largos meses, é raro querer sair.

"Lembro-me do silêncio nas varandas, no fundo da serra, à noite, vendo aquele horror que eram as chamas na encosta. Para onde iam? Para onde soprava o vento? (...) o coração dos avós disparando (...) aquelas árvores, aquela paisagem era a nossa vida (...) como um castigo que coubesse aos penitentes, naquelas terras de pedir perdão pelos pecados (...) falsas florestas, para não ter lá gente e feitas porque não têm lá gente (...)"

Na vizinhança dos locais onde o Inferno desceu à terra, pudemos ver e ouvir o desenrolar dos acontecimentos, pudemos cheirar o queimado e o fumo, observar os aviões, os helicópteros e demais veículos de emergência que passaram "para aqueles lados", de ouvir as sirene e todo o rebuliço.

Acima de tudo, espero que Todos percebam que temos uma sorte do tamanho do Mundo. Saibamos aproveitá-la. E, em acções individuais e em grupo, que possamos fazer do Mundo um lugar melhor. Dia após dia.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Gostos (nada facebookianos)

Gostei (muitíssimo) de ouvir (e de pensar sobre o que ouvi).

Gostei de ler (e de pensar sobre o que li).

Gostava de ler.

Gostava de ver.

Gostava de agendar.

Gostava de explorar (e de ajudar a fazer do Mundo um lugar melhor).

Gostava de (ter tempo) para jogar.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

terça-feira, 20 de junho de 2017

Crónica com cheiro a magnórios


"E isso foi o mais perto que estivemos de dizer que gostávamos uma da outra, num pudor que já poucos compreenderão, nesta voragem de likes e de partilhas de sentimentos fáceis em que me liquefaço eu também."

Pelo meio de tantas notícias más e desta ceifa atroz e imparável de vidas e do coração verde aqui mesmo ao lado, ainda há coisas bonitas. Tem de haver.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O fogo

Olho para a minha actualidade local com o mesmo olhar com que em 2005 decidi entrar para a corporação de BV cá da terra. Ambos os olhares são de fora. O primeiro antes de entrar e o segundo depois de ter saído. Neste momento, um pouco mais "arejado", mas o horizonte é semelhante: sombrio, saturado, quente, ventoso. Há muitas palavras neste mundo cibernético, algumas [como estas] devemos ler com atenção, a outras devemos esquivar-nos, para bem da nossa sanidade mental. Resta agradecer por, apesar da proximidade visível, este caos não ter chegado perto demais. De nós e dos nossos. E, enquanto fazemos o nosso trabalho individual, torcer para que eles e elas, que lá andam no meio "do lume", como dizia esta manhã uma senhora na rádio, sejam bem-sucedidos no seu esforço, tantas vezes desigual. Tão depressa quanto possível. E pormo-nos lado a lado, nos pensamentos e na maneira de ser/ estar do dia a dia, com a gente humilde que foi atingida por esta foice. As pessoas de quem pouco se fala, como (muito) bem dizia o PR recentemente...

A Mãe Natureza é GIGANTE. Quanto a isso, não restam dúvidas.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Morri por Hoje




O brinco e o penteado são foleiros, mas a música é bem gira.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Manhãs radiofónicas


Encantadora a música, a história dela e a dele.

"Quanto estamos presos, e muito tempo presos, e as notícias começam a rarear, nós começamos a ter o seguinte raciocínio, que é verdadeiro, é verdadeiro: o mundo está cheio de gente, nós estamos aqui presos porque lutámos para que o mundo fosse melhor e ninguém se importa connosco, aqui... Vamos morrer aqui, esquecidos. (...) E aquela cantiga veio-nos dizer exactamente o contrário: que havia, pelo menos, uma pessoa no mundo - que eu não conhecia, nenhum de nós conhecia - que efectuou a cantiga lembrando-se de nós:"

Imagino que sim

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Céu







Fisicamente, o céu é igual para todos. Depois, no mundo virtual, cabe a cada um pintá-lo de um azul mais bonito, pôr um sorriso no Sol, acrescentar ou tirar nuvens, dar-lhe um brisa leve ou, quiçá, alguma nebulosidade. Fica ao critério e ao mood de cada qual :)

E mais apontamentos, para ler aqui:

É preciso parar e perguntar-se três coisas que constituem a base de uma personalidade equilibrada: “Quem sou”, “para onde vou” e “com quem”.

Cortar as ambições excessivas também dá muita paz, tal como colocar ordem nos horários, na casa. 

Se amarmos o que fazemos no trabalho sabemos que estamos na via certa. A cultura, que é conhecimento, liberta-nos.

Quando perdemos a curiosidade ficamos mais pobres.

Ficamos velhos quando olhamos mais para trás do que para a frente e a memória toma o lugar da ilusão.


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Autoflagelação



Já postei esta música aqui, possivelmente mais do que uma vez.

Cada música toca cada pessoa por diferentes motivos, que são pessoais e intransmissíveis. Inexplicáveis também, alguns.

Esta é especial, não sei exactamente porquê. Mas sei que, qual terramoto, tem um epicentro bem fundo cá dentro.

Por vezes, mais do que um simples apetecer, acho que tenho necessidade de a (re) ouvir.

Imagine-se que nos picamos com uma agulha de costura, daquelas picadas inesperadas mas que doem durante uns segundos e passam logo a seguir. Ou quando temos uma qualquer ferida ou lesão e, embatendo em algum objecto, fica ali a moer, a moer. E depois também passa.

Hoje, é um desses momentos.

Vou aumentar o som e autoflagelar-me um pouco, se me dão licença. BRB


**


Aproveito, ainda, para fazer um duplo exercício e repescar outro belo hit, desta vez do belíssimo tuga Palmex. Cito um excerto: "no bairro do amor cada um tem que tratar/ das suas nódoas negras sentimentais". E o resto é conversa.




Mia Couto



Este blogue também serve para isso. Auxiliar de memória, sobre coisas para ver/ ouvir/ pesquisar mais tarde.

Fala do Homem Nascido

quarta-feira, 7 de junho de 2017

ordinary words


quote daqui

ainda vivia no Paraíso mas trabalhava que me fartava

e o mundo em silêncio de pessoas

a minha cabeça teórico-imaginativa

a impotência mata-me, seja ao perto ou ao longe

As cores saturadas de vida contra o mundo neutro de cinza a saltarem aos olhos



terça-feira, 6 de junho de 2017

1 x 2

Não teriam mais do que 25 anos, digo eu. Ela talvez um pouco mais velha do que ele. Uns degraus à frente, na escada rolante de um (atulhado) shopping. A momentânea salvação dos sozinhos. Partilhavam o peso de um saco de compras. E, imagino, a leveza de uma vida em comum. Num olhar breve, só distingui um pacote de croissants, que devem ter lanchado, enquanto arrumavam os bens adquiridos. Teriam vindo ali a seguir ao trabalho ou aos estudos? Como se chamam? Não lhes vi as caras, mas segui-lhes as pisadas, numa perseguição casual, rua abaixo. Iam num Golf azul, a uma velocidade serena. Ao Portugal dos Pequenitos cortei à direita. Eles seguiram em frente. Demorei mais eu do que eles a regressar a casa. Cerca de hora e meia depois, eu comi o jantar morninho, que levei entre os meus ítens. Que terão jantado eles, a seguir aos croissants? Um arroz com douradinhos e um sumo de pêra, talvez. Eu, pecadora, me confesso: Invejei aquela realidade, porque a queria para mim. E de tanto querer, talvez a afaste. Cada vez mais, a cada dia que passa. A brincar, a brincar, meia vida já está vivida. O que virá? Ele virá? 1 x 2

**

Legenda: Desenho de óleo em tela. Estilo: Futurista :)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Uma faca de dois (le) gumes

Ler da frente para trás ou de trás para a frente.

Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consulte o seu médico ou farmacêutico.

A alternativa é: salve-se se/ como puder/ souber.