quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Imprensa & teatro
Mais uma adorada incursão mensal na escrita, com esta modesta coluna.
E mais algumas escritarias, agora também online, aqui.
E depois de amanhã, há mais luz e som teatrais, desta vez em Vila do Conde.
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Tu, por uma noite
Volto a este blogue, que tem estado tão deslargado nos últimos tempos, para falar de ti.
12 anos volvidos, quis o destino que eu tenha estado na tua terra, da qual me falaste uma vez ou outra. Na minha recente incursão na técnica e no som teatral, estive por lá uns bons pares de horas. Guardei muito cá dentro a emoção de que essa breve viagem se revestiu. Essa é uma das aprendizagens que nos dá a idade, julgo eu. Para o melhor e para o menos bom, vamo-nos contendo relativamente a coisas que não podemos mudar, apesar de querermos. Coisas que ficaram lá atrás e que não voltam.
Pelos vidros da carrinha, vi as casas, os campos, uma tabela de basquete num terreiro e tantos outros detalhes parecidos com a terra da qual eu sou. Tantas semelhanças.
Depois, o sotaque de que gosto tanto e alguns trejeitos de fala parecidíssimos com os que tu tinhas. E que ainda deves ter, imagino.
A viagem daqui a lá foi o pulinho. Eu ia ter gostado de a ter feito mais vezes. E que tu também a pudesses ter feito em sentido contrário. Na verdade, foi isso que aconteceu connosco. Cada um fazia a sua viagem e, naquele Verão bonito, os caminhos cruzaram-se. E esfumaram-se.
Chegados à hora do espectáculo, as portas abriram para a sala da junta de freguesia onde a peça decorreu. E senti o meu coração bater mais forte. Porque a cada pessoa que entrava, imaginava que pudesses ser tu. E imaginei também que o rapaz alto pode ter sido teu parceiro de tardes desportivas; que a rapariga com a menina ao colo pode ter sido tua colega de escola; que a senhora de blazer pode ter sido tua professora primária; que o senhor de óculos pode ter sido teu vizinho.
Em suma, o último sábado foi uma viagem dentro de outra viagem. Mas já voltei das duas.
**
A banda sonora deste desabafo é a mesma que fez tanto sentido nessa altura e que descreve tão, mas tão bem tudo o que senti. E que não deixei de sentir, na verdade, mas que agora está guardado na gaveta do fundo. Porque é lá que tem de ficar.
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