domingo, 8 de julho de 2012

sábado & domingo


SÁBADO: Ontem, ao final da tarde, um momento de "descanso e bom trato" que foi ouro sobre azul. Há séculos que não refastelava por alguns instantes. Foram breves os minutos que assim estive, mas souberam mais que bem.

DOMINGO: Mais um dia de serviço nos bombs. Após uma manhã tranquila, uma tarde que só parou na recta final. Em resumo, hoje...

1- Acompanhei um senhor na casa dos 30 e tal que, participando num passeio de bicicleta típico, acabou por cair e, pelo menos, deixar o nariz num estado "chato";
2- Tentei fazer um pouco de trabalho de psicologia com uma senhora que se enervou numa discussão familiar. Às vezes pensamos que escasseiam, mas ainda há mulheres totalmente dependentes de homens. Alguns deles, com o cunho de uma vida militar, levam para casa a rigidez com que o seu mundo profissional se rege. (isto é uma análise estritamente pessoal e com muito poucos dados atenção. Um desabafo...)
3- Contei uma espécie de história a uma senhora com mais de 80 anos e uma glicémia galopante (mais de 500), perguntando-lhe vezes sem conta se estava bem disposta e dizendo-lhe que estávamos a dar um passeio.
4- Vi o sofrimento nos olhos claros e lindos de um senhor de 72, fininho que nem uma cana, com uma doença oncológica e um buraco na garganta. Olhei-o vezes sem conta ao longo do caminho, sem lhe puder aliviar o sofrimento, e pensando se ele teme a morte, se quer que ela chegue depressa. Quase que tentado imaginar o que sentia, vestindo o colete que tantas vezes deve ter vestido, quando ainda vendia saúde;
5- Conversei e incentivei a respirãção correcta de um senhor de cerca de 60 anos, que depois de ter ido visitar ao hospital uma filha doente, viria a voltar lá com fortes dores no estômago, após um lanche inofensivo.

E é assim que, cansada mas ainda com algum trabalho aqui ao pc, me sinto feliz e triste. Feliz por ter saúde, por ter trabalho e por puder, modestamente, ir ajudando os outros aqui e ali. Triste pelas realidades que nos rodeiam, algumas mais perto do que pensamos. E muitas delas masaradas de uma rotina cheia de dor e sofrimento.

Mas, acima de tudo, a cada dia mais consciente de que viver em plenitude, de bem connosco e com os outros é a coisa mais preciosa que pode haver.

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