Para analisar/ pensar/ reflectir sobre
esta “coisa” de se ser filha/o (e de ser mãe/ pai, para quem tem a felicidade
de já ter chegado a esse patamar).
“Muitas vezes, a reaproximação faz-se
mais tarde e surgem os sentimentos justos de frustração: o meu filho já não
quer saber de mim. Ora, os filhos têm de ir à sua vida, como as mães antes de
serem mães também optaram por fazer. É a vida que o exige, são os tempos, é o
mais saudável.
A família funciona para muitos como um
fantasma permanente e nem sempre simpático. A mãe tem de se despedir da função
de ser mãe a tempo inteiro (sim, até uma mãe a trabalhar permanece mãe todos os
minutos do dia). Não se desliga dos filhos anos e anos a fio e, de repente,
parece que é obrigatório o dar espaço, o gerir do silêncio.
Quem faz dos filhos o seu projecto de
vida atravessa então um momento de redefinição que nem sempre é feliz. Quem sou
eu depois de ser mãe? Não é que exista uma total perda de identidade, mas
corremos o risco de nos perder nos mil e um afazeres da educação e do amor.
Custa perceber que os filhos já não
precisam tanto de nós; dói quando há informação que não partilharam connosco,
quem sabe se emoções, os momentos menos felizes.”
Tirado daqui.
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