quarta-feira, 7 de março de 2018

Hoje...


... sinto na pele o quão difícil é não ter um contrato de trabalho a termo certo, ser mulher, ser desemparelhada e, somando estas três condicionantes (e eventualmente outras), querer fazer-me à vida e não poder, pelo menos à velocidade/ da maneira que tanto desejo.
Julgo que já aqui tive ocasião de postar uma alteração muito pessoal de um ditado popular: Quem (não) casa (também) quer casa.

E depois pensas: F&%$%%, estás prestes a fazer 36 anos, a fechar a tasca do relógio biológico (disfuncional), tem riscadas da lista quase todas as hipóteses de poderes originar aquilo a que se chama uma família (aquela que basicamente a quase totalidade dos amigos da tua "gera" já conseguiu ter), entras numa instituição bancária com o teu ar mais profissional do mundo e com a blusa mais bonita que conseguiste sacar do armário, antes das 7h da matina (e não, não vestiste uma saia, nem uns collants, nem muito menos uns saltos altos).

Tens mãos para trabalhar e cabeça sã para pensar. Conseguiste entrar no mercado de trabalho um mês depois de teres terminado a formação académica. Trabalhaste non stop desde então, dia após dia. O relógio desperta para esse efeito durante os 7 dias da semana. Não deves dinheiro a ninguém. Cumpres todas as obrigações fiscais (e tantas outras). E até conseguiste juntar um mealheiro porreirinho para cumprir um sonho tão, mas tão antigo. E como demoraste a encontrar a casa que querias. A olhos alheios podem parecer 4 paredes comuns, mas dentro de ti, já a tens como a casa dos teus sonhos, o sítio onde vais semear paz e amor. Tentar, pelo menos. 

BUT: no contract, no fun. 

Chora miúda, chora. Mas só hoje. Amanhã levanta-te.

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