segunda-feira, 28 de maio de 2018

Tríade



Sonhei que um dia ia ter uma casa minha. Quatro paredes novo-velhas.
(Só não sabia que seriam as mesmas onde viveu gente da minha. Sangue do meu sangue).
E sonhei também que ia pôr mãos à obra. Que ia buscar ao armário aquelas jardineiras que usei na adolescência, para agora usar para operar um martelo, uma trincha e o que mais venha a ser preciso.
Junto com as jardineiras, sonhei também que ia ter calçado a preceito. Daquele rijo. Da mesma rigidez interior de que me visto para dar corpo a este sonho, que acredito, possa vir a ser  o meu paraíso.

Faltam ainda uns quantos dias. De espera tranquila.

*****


Tive de ir ver a correr. Como esperava, chorei a bom chorar, no arranque. É muito comovente. Para além de ser uma espécie de "apanhado rápido da História de Portugal", fala de recordações de outro e toca também em algumas das minhas próprias recordações.

"Sei tanto hoje, que tenho quase cem anos, como quando tinha dois".


Gosto muito de matinés teatrais. Como são invulgares, sempre que a coisa se proporciona, não as renego. Peça pesadota. Com intervalo a dois terços, confesso que estive quase, quase a dispersar. Mas voltei. E ainda bem, porque o terço que faltava foi o que mais me agradou. Há mais para ver, até ao Dia de Portugal, numa Coimbra (atulhada de turistas...) perto de si!

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