quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

pena



Soube hoje que esta senhora faleceu há pouco tempo :(
Captei-a para a posteridade a primeira vez há cerca de dois anos, reparando na sua alegria contagiante numa festa sénior. Na postura ao alto dos seus braços, pronta para o bailarico e numa bela fotó, enquanto dançava com um senhor ao qual poderia chamar, literalmente, uma trave, dado que era quase o dobro do tamanho da senhora.
Voltei a captá-la ao Dezembro passado a propósito da festa de Natal da instituição onde passava os dias (não as noites). E não resisti a, para além da reportagem em si, disponibilizar online este excerto doce e espontâneo.
Toca-me agora de uma maneira mais nostálgica, por ter sabido da notícia esta manahã.
Mas tocou-me de imediato. Talvez pelas parecenças com a minha avó, que tb já não está fisicamente ao pé de mim. Pelos bocadinhos que esta senhora partilhou na entrevista. Pela vida dura que relatou ter tido. Pela relativa paz que alcançou nestes anos que passou no lar. Pela alegria contagiante. Pela pena que deixou em todos com quem conviveu diariamente. E em mim, que convivi pouquíssimo com ela.

Lamento ela ter partido e é impossível não lacrimejar. Mas, ao mesmo tempo, sinto orgulho em ter ficado este registo para a história. E no facto de diversas pessoas o poderem ver, para que, cada vez mais, possamos respeitar as pessoas que já viveram mais do que nós. Às vezes, julgamo-nos donos do mundo por passarmos por determinadas coisas, experiênciasm traumas (e estamos um pouco nesse direito, porque são experiências nossas e não dos outros!). Mas há TANTAS outras vidas para além da nossa.

Fica a partilha.

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