terça-feira, 11 de agosto de 2015

memories


Nos últimos tempos, tenho aqui escrito diversos posts centrados na gastronomia. Coisas simples e modestas, a que me tenho dedicado. Prepará-las dentro de portas e degustá-las polvilhadas com o ar doce de um terraço campestre. Pois ontem houve omeleta com queijo, chouriço e orégãos e um pãozinho de sementes de que sou "fanzaça". E houve também uma salada de tomate. E foi ao levar à boca a primeira garfada desta que tive um flasback que chegou, até, a comover-me. Lembrei-me (mais uma vez) da minha avó Marquitas. Ela que, em tempo de Verão, tanto gostava de uma bela salada como a que comi ontem. por vezes, juntava-lhe uma latita de atum. E comia naquela cozinha "à moda antiga", tão saudosa para mim. Consigo cheirar os seus recantos e lembrar cada detalhe daquelas quatro paredes. Era lá que pegava num banco para chegar à pia e lavar a loiça. Era lá que ia buscar o frasco do colorau. Foi lá que fiz o meu primeiro caldo de bacalhau com batatas e arroz (que ainda hoje amo de paixão; e se tiver um ovinho escalfado a acompanhar, tanto melhor!). Essa cozinha podia um dia dar um belo livro, conto ou algum projecto audiovisual cá dos meus... Mais logo, provavelmente, existirá mais um capítulo destes #momentosgourmet :)

P. S.: Já faz 13 anos que a minha avó partiu. Mas continua bem viva dentro de mim. É bem verdade um pensamento que ouvi (ou li, já não sei)  há uns tempos: As pessoas só morrem verdadeiramente quando morrer a última pessoa com recordações sobre ela. Sem falsas modéstias, a avó Marquitas só finará verdadeiramente quando chegar a minha vez.

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